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E assim nasceu a peça Nada Além do Nada


Você deve ter lido o texto anterior onde eu falo sobre onde essa coisa de futurismo começou…


 

Pois bem, além de ficar mergulhada nesses temas sobre inteligência artificial, robôs, automação, Big Data, essas coisas, eu também tive um pai que passou a vida comprando todos os computadores pessoais que existiam. Você já ouviu falar de TK 85, TK 2000, os primórdios dos processadores 286, 386, 486 etc? Por conta dessa curiosidade do meu pai, eu e meus irmãos praticamente acompanhamos a evolução dos computadores pessoais.


Por causa daquela história do Synthroid e a família de medicamentos de nome nada ortodoxo e minha curiosidade pelas coisas do futuro, inspirei-me para escrever a peça, que acabei por dar o nome de Nada Além do Nada. O texto foi um desabafo para aplacar minha angústia diante da realidade mundial.


Na verdade, como eu disse no meu texto anterior, naquele mesmo mês de dezembro de 2019 eu tinha devorado o livro Homo Sapiens do Noah Yuval Harari e fiquei extremamente impactada com a história da humanidade colocada de maneira tão clara e crua. A possibilidade de grande parte dos habitantes do planeta se tornarem inempregáveis, inúteis e obsoletos me aterrorizou! Fora as crises políticas nas quais o Brasil e o mundo estavam submersos por conta da manipulação e polarização gerada pelas grandes corporações que controlam os dados mundiais.


Abre parênteses… Pausa para reflexão: guarde o conceito dos GAFAM que eu acabei chamando-os de “gafamhhotos” - os donos do mundo Google, Amazon, Facebook, Apple, Microsoft. Eu os chamo de a mais nova Praga que invadiu o mundo e que não tem volta. É isso mesmo… não tem volta. A única coisa que podemos fazer é exigir que as empresas sigam a legislação e os código de ética no controle dos dados (vamos nos esforçar para acreditar nisso). Pelo menos já foi aprovada a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados e há profissionais trabalhando com Ética Digital e Segurança Digital. Recentemente eu li o livro Error 404 da pesquisadora espanhola Esther Paniagua e Proteção de Dados Pessoais da advogada brasileira Patricia Peck Pinheiro.



Mergulhada em todos esses assuntos e encarando a terceira idade que já virava a esquina, eu me projetei ainda mais velha. Criei um cenário no qual minha personagem Adeliah e minha amiga Tonya estariam vivendo em 2050 (estaríamos com 89 anos na trama), num momento em que essas coisas pavorosas já teriam sido organizadas e administradas pelos líderes mundiais (de acordo com o meu ponto de vista - ficção é ficção). Vamos dizer que eu me permiti criar uma trama futurista na qual eu atenuaria as dores que andavam assombrando minha mente naquele momento. Confesso que o alívio foi maior do que pensei, pois eu escrevi que um “hacker do bem” resolveria todos os problemas através da disseminação de algoritmos que combateriam o ódio e a desigualdade. Eu nem tinha ouvido falar ainda dos Anonymous e comecei a assistir a série Mr. Robot com Remi Malek (o ator que fez o Freddie Mercury no filme Bohemian Rhapsody) que falava sobre Cybersecurity. E, pasmem, que um mês depois de terminar de escrever eu assisti ao documentário Pandemic, do Bill Gates e logo a seguir o documentário Dilema das Redes, ambos lançados em janeiro de 2020. Pandemic falava sobre o despreparo do mundo para enfrentar uma pandemia (sim, ele previu a pandemia que vivemos. O Dilema das redes descreve como um grupo de “exgafamnhotos” deixaram seus trabalhos por alegarem que os algoritmos de machine learning e outras AIs (inteligências artificiais) não tinham como serem controlados, dentre outros inúmeros temas relacionados com redes sociais e Big Data. Só pra vocês imaginarem o tamanho da minha curiosidade/preocupação sobre o assunto, eu me inscrevi numa pós graduação em Ciência de Dados na USP (abril-22 a nov-23). Fecha parênteses.


Também no ano de 2020, eu constatei a real importância da arte em nossas vidas. Não que eu não soubesse, mas não tinha avaliado ainda a dimensão dessa importância. Também em fevereiro daquele mesmo ano, Fernanda Montenegro se manifestou na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, dizendo que


"Sem artes, um país não tem caráter".

Mas, voltando à pandemia… Desconsiderando o horror que foi essa fase e tantas as perdas de pessoas queridas… sabe o que eu constatei? Eu me aproximei verdadeiramente da minha família como nunca antes. Mudei-me para Portugal para ficar perto dos filhos e netos, todos já naturalizados portugueses.

E a cada dia eu tenho mais certeza de que nossa família é o que realmente temos de mais precioso. E a pandemia também nos fez compreender quais eram os nossos verdadeiros amigos. Aproximou quem se amava. Separou quem se “aturava”. Fez do teletrabalho uma possibilidade real. No fundo, aprendemos ainda mais a olhar o lado positivo das coisas, pois o negativo não serviria para nada.



A você que perdeu seus queridos na pandemia, meu profundo respeito e meu abraço carinhoso. E espero que você tenha se vacinado, pois de acordo com Bill Gates, essa não será a última pandemia da humanidade. Proteja-se. Vacine-se e acredite que o Ser Humano é bom. Desde que o mundo é mundo há pessoas boas e más. Eu escolhi ficar do lado dos Bons, e você? Se você é uma boa pessoa, você acreditará que podem existir muitas pessoas como você. Vamos crer na Humanidade!



 

LINKS:


TK2000

286, 386, 486

ERROR 404

PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS

ANONYMOUS

MR. ROBOT

BOHEMIAN RHAPSODY

PANDEMIC

DILEMA DAS REDES


 

Ah! Para ouvir o texto, é só clicar!






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