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"Nossa! Você tem muita sorte, Mirna!"...


Esta semana eu assisti vários vídeos sobre o papel da Dopamina no cérebro. Não sou neurocientista pra detalhar profundamente o assunto, mas fiquei bastante impressionada com algumas explicações de autoridades no assunto. No fim desse texto eu coloquei uma lista vasta de explicações sobre a Dopamina e seu impacto em diversos aspectos. Mas o que tem a ver Dopamina com sorte?


 

Bom, eu vou defender um ponto do aspecto da disciplina dos “sortudos”. Todas as pessoas bem sucedidas que conheci ou li a respeito têm uma característica comum. Todos conseguem enfrentar o jejum de dopamina. E o que seria isso? É a capacidade que podemos ter, ou desenvolver, de vencer a necessidade dos prazeres imediatos. A busca de tais prazeres podem ser por alimentos, sexo, jogo de apostas, videogames, redes sociais, drogas de todos os tipos, álcool e demais vícios da nossa contemporaneidade. A Dra. Ana Beatriz explica que a origem do conceito “jejum de dopamina” foi proposto pelo psiquiatra Dr. Cameron Sepah, professor-assistente na Universidade da Califórnia. Há muita controvérsia sobre o assunto, pois influencers começam a exagerar nas aplicações (como tudo na internet atualmente) e abordando situações extremas do seu uso. Na verdade, a Dra Ana Beatriz exemplificou seu próprio “jejum de dopamina” de forma muito simples e clara. Cada livro que ela escreve, ela mergulha e foca absolutamente naquela tarefa. Pessoas bem sucedidas, como ela, por exemplo, têm essa capacidade de concentrar e abrir mão de qualquer fonte secundária de prazer (obs: escrever livros, pesquisar, estudar e ler são fontes primárias de prazer para algumas pessoas). Dr. Sepah não defende um “jejum de dopamina” no sentido estrito do termo, porque não se pode viver sem esse neurotransmissor.


Ele se refere ao treinamento para conseguirmos nos livrar daquela voz interna que diz: “Come esse chocolate com avelãs, você merece!”, “Pode ficar nas redes sociais, veja como você é amada (o)”, “Uma bebidinha me faz um bem incrível! Tomo minha dose de whisky todos os dias!”, e por aí vai. Há cinco anos consecutivos eu pratico o jejum de 24 horas no dia do Yom Kipur. Um grande amigo rabino me convidou uma vez e eu achei que seria incapaz de jejuar totalmente durante 24 horas. Pois eu jejuei por 26 horas, jejum total de alimento e água no meu primeiro Dia do Perdão. E essa prática se refere exatamente à nossa capacidade de lutar contra os “prazeres da carne”, no caso, o impulso por comida (para mim, um dos mais fortes).


Um exemplo meu que posso dar sobre “jejum de dopamina”, falando em jejum no Yom Kipur, foi minha primeira dieta séria. Em dezembro de 2008, pouco antes do natal eu decidi fazer uma dieta para eliminar 8 kg. Sei que não era muito, mas decidi conhecer o processo de disciplina alimentar dos Vigilantes do Peso. Pois bem, foi pouco antes do Natal e do Ano Novo. Eu consegui vencer! E foi nesse momento que eu notei que o poder de controlar os impulsos alimentares é um dos mais desafiantes. Pensei: se sou capaz de controlar este impulso, também serei capaz de enfrentar QUALQUER UM. Sempre lembro disso quando preciso ter disciplina extra para fazer QUALQUER COISA.


Tá, e a sorte? Sorte? Acabei de dissertar como se consegue ser bem sucedido em qualquer área na vida! Sim. É disciplina, foco, dizer não às distrações e vícios, não é sorte. Leandro Karnal sempre fala sobre essa questão da sorte: “Como você é sortudo, Leandro!” Ele sempre responde: “Sim, tenho muita sorte de acordar todos os dias às 4:30h para ler todos os livros que li durante minha vida. Tenho muita sorte de ter deixado de me divertir para estudar vários idiomas. Tive uma sorte mágica quando estudei muito para conseguir uma posição como professor universitário. Realmente. Tenho muita sorte.”


Continuando dentro desse sarcasmo que amo do Leandro, eu diria: “Tive muita sorte pela estafa que tive no pré-vestibular quando passei para a Faculdade de Medicina na UFF por excesso de estudo. Tive muita sorte quando passei em primeiro lugar para o Mestrado na UNIRIO, estudando dia e noite. Tive muita sorte quando consegui uma bolsa de estudos da CAPES por mérito. Tive muita sorte quando deixei de me divertir para estudar todos os idiomas que sei. Tive muita sorte quando me sacrifiquei a vida inteira para conseguir ser professora e performer.”



Não diga que eu tenho sorte. Eu tenho foco, disciplina, regados de bom humor e amorosidade, e muita paixão por tudo que eu faço.

Eu posso ter sido agressiva ou rígida no meu texto. Peço desculpas se exagerei. Mas, eu mesma, por várias vezes, não fui grata a todas as oportunidades que tive. Eu estava preparada para receber, porque estudei muuuuito. Mas eu preciso agradecer sempre por todos os profissionais que viram meu valor e abriram as portas para a minha carreira.

“Sorte” é muito trabalho árduo e oportunidades que surgem. Como diz meu irmão Marcus, os bondes da vida. Se eles passarem e você não estiver preparado (a), você vai perder o bonde e vai chamar isso de… “azar”.

Enfim…

“Boa sorte” pra você… 🍀


 

LINKS IMPORTANTES


BBC - O papel da dopamina que traz (e tira) a sensação de felicidade


DRA. ANA BEATRIZ - Jejum de dopamina


CARLA TIEPPO - Lutz Podcast: NEUROCIENTISTA - isto está destruindo a sua dopamina


DANIEL DE NARDI - Lutz Podcast: NEUROCIENTISTA - como controlar sua dopamina e motivação


 

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